PROFUNDA INDIGNAÇÃO!


Esta madrugada começaram os ataques ao Iraque. Por vontade própria, expressa e antidemocrática do idiota Presidente dos EUA, George W. Bush. O ignóbil maestro e sua orquestra de patetas (líderes ingleses, australianos, italianos, dinamarqueses, espanhóis, japoneses entre outros) simplesmente rasgaram todos os tratados multilaterais negociados desde o final da Segunda Guerra Mundial.

E depois disso, com que moral este imbecil estadunidense pode criticar agora a Coréia do Norte e seu programa nuclear? Ou mesmo o Iraque? Se estes países descumpriram normas da ONU, o que foi que ele fez, então? Ir de encontro a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU não é violação?

É... infelizmente, em alguns momentos precisamos descer nosso nível para tratar com pessoas menos iluminadas. E já que assim é a linguagem do bruto e facínora líder dos EUA, se ele é a favor da morte de Saddam Hussein, declaro-me oficialmente favorável à morte do Presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush. Não conspiro contra sua vida, mas sou a favor de seu extermínio. Porque um erro não justifica outro, mas por todas as atitudes daquele asno, tirar-lhe a vida não parecerá um erro, mas sim um maquiavélico (no sentido original da palavra) "mal necessário" em prol da segurança do mundo e do bem da humanidade.

Devemos lutar sempre pelos mais fracos e oprimidos. O problema é que, na atual situação do mundo, só existem duas partes: os "cidadãos norte-americanos" e nós, o resto. Se ele defende os de lá, defenderei os de cá. Porque se hoje eles querem petróleo, um dia quererão água potável. E para o poderio estadunidense não há limite de escrúpulos. Por enquanto eles nos compram, como faziam com a Venezuela (e ainda fazem) e com o próprio Iraque. Mas pode ser que isso mude, e eu não vou esperar de braços cruzados.

Expresso total concordância com o editorial escrito por Matinas Suzuki Jr. para o site do IG, que agora transcrevo:


Uma guerra sem glórias

A guerra começa. O presidente norte-americano George W. Bush -sem representar a unanimidade da opinião pública de seu país- oferta, com seu radicalismo, um período de incertezas e privações para todos os países do mundo.

Se os ataques do radicalismo islâmico destruíram as torres do World Trade Center, o radicalismo anglo-saxão, iniciado nesta quarta-feira, vai destruir, simbolicamente, na mesma Nova York, a torre do edifício das Nações Unidas.

A queda de Saddam Hussein pela violência suprema vale a destruição da ONU? Vale o desprezo pela Europa Continental e pela China? Vale ignorar arrogantemente os apelos da consciência universal? Quando cessarem os raides dos B-52 e B2 sobre Bagdá, estaremos vivendo em um mundo mais seguro? Que democracia é essa que um outro fanatismo pretende ensinar aos iraquianos?

Saddam Hussein é um criminoso. Contra ele formava-se um cordão de isolamento. Lideranças acreditavam em saída indolor para a crise iraquiana. Mas, agora, o mundo está mergulhando em uma aventura bélica inglória e sem chance de se haver vencedores. Já estamos todos perdendo, mas os maiores perdedores serão os próprios Estados Unidos.

Perdedores por prorrogar internamente a paranóia de atentados, perdedores por criar um amplo ressentimento mundial, perdedores por eventuais respostas européias e chinesas, e perdedores por quebrar a frágil aliança das Nações Unidas -um dos últimos refúgios da pequena esperança que restava em um mundo melhor, um mundo melhor inclusive para os americanos.

Matinas Suzuki Jr.


Por coincidência (ou não), ontem a noite, enquanto conversava com uma pessoa muito querida, lembrei-me de uma música da Legião Urbana [Metal Contra as Nuvens]. E gostaria muito de tê-la usado em outro contexto, mas infelizmente o que posso perceber é isso mesmo: "E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar... E até lá, vamos viver. Temos muito ainda por fazer. Não olhe pra trás - apenas começamos. O mundo começa agora - apenas começamos."


[texto originalmente publicado em O Consultório Psiquiátrico nesta manhã]