Já diz minha avó Rita que há mais de cem anos se cultiva na família um costume de as mulheres andarem pelo corredor com um livro na cabeça, para melhorar a postura e dar leveza aos passos. Isto também evitou que andassem por aí se rebolando, sacundindo os cabelos ou os quadris, e assim expondo a figura pela rua, sujando o nome da família. Cada doido com suas manias, só sei que hoje poderia carregar toda a Biblioteca Pública sobre o meu amado quengo (cearensidade à flor da pele), pois acordei com o pescoço teimando em rigidez. Já não posso nem olhar os lados. Preciso me virar.

Notinha: Para ilustrar, exageros estão aí até quase conseguir negar a verdade. Vovó é avant demais, até. É revolucionária, tem oitenta e poucos anos com as pernas grossas e firmes, dança até virar a perna e ainda hoje sonha com seu maridão Jonas Marques. Uma pena é não ter computador em casa, pois tenho certeza que nesta hora estaria dando boas gargalhadas, porque seus princípios são dos melhores, salvo nas horas em que fica zangada demais porque os outros querem ajudá-la a descalçar-se, a atravessar a rua ou subir no ônibus!

Bom dia a todos e algo mais que queiram, se eu puder oferecer, porque hoje estou boazinha demais. Aqui em casa está uma festa daquelas!